sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Céu e Inferno - Íntimos


Conta-se que um dia um samurai grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sábio monge em busca de resposta para suas dúvidas.

-Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno.

O monge de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando, desprezo, lhe disse:

-Eu nao poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu cheiro é insuportável.

Ademais, a lâmina de sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para sua classe.

O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele nao conseguiu dizer uma palavra, tamanha era sua raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça... e se preparou para decapitar o monge.

-Aí começa o INFERNO!, disse-lhe o sábio mansamente.

O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a propria vida para lhe ensinar sobre inferno. O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento. O velho sábio continuou em silêncio.

Passado algum tempo, o samurai já com sua intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.

Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:

-Aí começa o CÉU!

Para nós resta a importante lição sobre céu e inferno que podemos construir na própria intimidade.

Tanto o céu quanto o inferno são estados de alma que elegemos no nosso dia-a-dia.

A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno.

É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros.

Diante de uma situação inesperada podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior.

Assim quando alguém nos ofender, podemos erguer o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância.

Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide ou a gaze da autoconfiança.

Quando a injúria bater à nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdao.

Diante da enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta ou empunhar o escudo da fé.

Ante a partida de um ente caro, nos braços da morte inevitavel, podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da aceitação.

Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre escolher abrir abismos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.

A decisão depende sempre de nós mesmos. Somente da nossa vontade dependerá nosso estado íntimo.

Portanto, criar céus e infernos, portas lá dentro da nossa alma, é algo que ninguem poderá fazer por nós.

Sua vontade é soberana.

Sua intimidade é um santuário do qual só você possui a chave.Preservá-la das investidas das sombras e abrí-la para o SOL que possa iluminá-la, só depende de você.

PENSE NISSO!

Fonte: Anônimo

2 comentários:

  1. Muito bom, a verdade sempre abre portas a sabedoria de certas pessoas pode nos levar as auturas mas ao mesmo tempo pode nos lançar no mais produndo dos abismos.

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  2. Devemos trabalhar a nossa espiritualidade a cada respirar. Belíssimo texto, Carlota! Bjos n´alma.

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